CONTA DE LUZ DEVE AUMENTAR 21% NO ANO QUE VEM, SEGUNDO A ANEEL
Assim como tem acontecido nos últimos anos, a conta de luz dos consumidores brasileiros deve continuar aumentando em 2022. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a tarifa da energia elétrica deve subir 21% em 2022.
A informação foi divulgada pelo Estadão na última sexta-feira (12), que teve acesso ao documento interno do órgão regulador que prevê a alta no preço da luz. O arquivo da Aneel, que foi emitido na semana passada, avalia o impacto para o ano que vem da atual crise hídrica.
"Nossas estimativas apontam para um cenário de impacto tarifário médio em 2022 da ordem de 21,04%, quando avaliado todo o universo de custos das distribuidoras e incluídos esses impactos das medidas para enfrentamento da crise hídrica", informa um trecho do documento.
O valor é uma estimativa e pode não se concretizar. Mas o fato é que se a conta aumentar este valor superará (e muito) o reajuste que os brasileiros tiveram que lidar neste ano e no ano passado. No acumulado, a conta de luz subiu 7,04% até agora, em 2021, e cerca de 3,25% (em média) em 2019.
Para lidar com a falta de chuvas, que acaba mantendo os reservatórios com pouca água, o governo tem de acionar as termelétricas, que além de mais caras são mais poluentes. Esse movimento impacta o bolso do consumidor, já que as contas de luz passam para as chamadas bandeiras vermelhas.
Justificativas do aumento
Segundo o Estadão, a Aneel utilizou informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) para concluir que até abril de 2022, o setor energético deve ter um rombo de R$13 bilhões.
O governo também prevê outro rombo, de mais de R$9 bilhões, cuja causa é a contratação da chamada "energia de reserva", que foi contratada para maio de 2022. A intenção é evitar um possível racionamento, que é uma pauta que tem sido levantada por causa da escassez.
Pior do que um racionamento, os brasileiros também temem um apagão, que seria ainda mais crítico. Especialistas e o próprio Ministério de Minas e Energia (MME) já confessaram que o cenário é delicado.