TREM DE CARGA GANHA TRECHO ENTRE MORRO DO PILAR E NOVA ERA

TREM DE CARGA GANHA TRECHO ENTRE MORRO DO PILAR E NOVA ERA

O governo federal autorizou a construção de mais um trecho ferroviário para trem de carga no Estado no âmbito do programa Pro Trilhos. Dessa vez, a Morro do Pilar Minerais S.A. obteve aval para exploração indireta do serviço de transporte ferroviário federal entre os municípios de Morro do Pilar e Nova Era, na região Central de Minas Gerais. O projeto deve receber investimentos próximos de R$ 1 bilhão.


A linha férrea terá 100 quilômetros de extensão e será utilizada para escoar diversos produtos, entre eles, minério de ferro. Trata-se do segundo projeto da mineradora que a União aprova. O outro diz respeito a mais um trecho de 100 quilômetros de extensão também para transportar minério (granéis sólidos), mas ligando as cidades de Colatina e Linhares, no Espírito Santo. Ambos os projetos somam aportes de R$ 2,58 bilhões.


O contrato de adesão referente à ferrovia mineira foi assinado em meados do mês passado, com vigência de 90 anos, prorrogável por períodos sucessivos, conforme critérios técnicos e de planejamento definidos pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Para tal, estudos e projetos da ferrovia devem ser apresentados até fevereiro de 2025 e as operações iniciadas até dezembro de 2030.


Ainda conforme o documento, a execução das obras de infraestrutura ferroviária foi dividida em três lotes, as quais devem ser feitas até outubro de 2030. Antes disso, porém, a Licença Prévia (LP) deve ser obtida até março de 2026, a Licença de Instalação (LI) até março de 2028 e a Licença de Operação (LO) até dezembro de 2030. Já as desapropriações precisam ocorrer até junho de 2028.


Minas já soma 8 contratos para trem de cargas

Ao todo, Minas Gerais já soma oito contratos de adesão formalizados com seis requerentes diferentes, ao valor total de R$ 62,98 bilhões estimados em investimentos em novas ferrovias. A extensão somando todos os projetos já soma 6.988 quilômetros e a estimativa de geração de empregos já se aproxima da casa dos 500 mil. Os diretos estão estimados em 302.931 e os indiretos em 142.963.

Além da ferrovia entre Morro do Pilar e Nova Era, há: estrada de ferro entre os municípios de Ipatinga (Vale do Aço) e São Mateus (ES) – Petrocity Ferrovias Ltda; estrada de ferro entre os municípios de Sete Lagoas (Central) e Anápolis (GO) – Macro Desenvolvimento Ltda; estrada de ferro entre Uberlândia e Chaveslândia (Triângulo) – Rumo S.A.; exploração indireta do serviço de transporte ferroviário federal entre os municípios de Barra de São Francisco (ES) e Brasília (DF) – Petrocity Ferrovias Ltda.

E também: estrada de ferro entre os municípios de Presidente Kennedy (ES) a Conceição do Mato Dentro (Médio Espinhaço) e Sete Lagoas (Central) – Macro Desenvolvimento Ltda; estrada de ferro entre os municípios de Uberlândia e Chaveslândia (Triângulo) – VLI Multimodal S.A.; estrada de ferro Bahia-Minas, entre os municípios de Caravelas (BA) e Araçuaí (Vale do Jequitinhonha), com ramal até Teixeira de Freitas(BA) e Mucuri (BA) – MTC – Multimodal Caravelas.


No Brasil, os números do Pro Trilhos são: 41 projetos, R$ 216,95 bilhões em investimentos, 12,194 mil quilômetros de ferrovias e mais de 1,5 milhão de empregos entre diretos e indiretos.

Lula fala em novos projetos para trem de cargas

E outros projetos podem vir por aí. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, durante cerimônia de início das obras no Lote 1F da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), em Ilhéus (BA), que o Brasil precisa de mais investimentos no modal ferroviário. Para isso, segundo ele, o governo precisa oferecer estabilidade política, econômica e social aos empresários.

Lula lembrou que, apesar do projeto de malha ferroviária do Brasil ser antigo, o País deixou de formar engenheiros ferroviários e de investir na indústria desse modal. "É uma vergonha um país do tamanho do Brasil, que quer ter uma malha ferroviária para facilitar o transporte da sua riqueza, ter que importar trilho de outro país, com a quantidade de minério de ferro que nós temos e a quantidade de siderúrgicas que nós temos. Isso é um desafio para nós, o Brasil está importando trilhos quando poderia produzir aqui, para gerar mais emprego no país e oportunidade de crescimento da cidadania do nosso povo", afirmou.

Opções de escoamento da produção do Norte de Minas

Em junho de 2021, o DIÁRIO DO COMÉRCIO noticiou que, com o advento da mineração no Norte do Estado, cada vez mais tem se falado sobre os entraves para o escoamento produtivo dos produtos da região. Não fossem o abandono das antigas ferrovias que cortam o País e a falta de investimentos no modal, esta e outras localidades já estariam interligadas aos portos e dotadas de infraestrutura logística adequada, em vistas de maior competitividade e desenvolvimento econômico. E que essa situação poderia mudar com a construção de ramais que conectem Minas Gerais à Fiol.

A Estrada de Ferro Bahia-Minas também poderá ajudar a por fim neste imbróglio. Conforme já publicado, a ferrovia deve ter cerca de 500 quilômetros. A perspectiva é que a fase de projeto e de licenciamento ambiental leve cerca de dois anos. O investimento está na casa dos R$ 8 bilhões e deve contar com o suporte de investidores europeus e asiáticos.

Segundo o consultor da Multimodal Caravelas (MTC) S.A, Fernando Cabral, estão neste momento licitando o estudo de percurso. E, além do transporte de cargas, existe a possibilidade de haver o transporte de passageiros na ferrovia.