NOVA ERA COMPLETA 320 ANOS E DOMINGO É MARCADO DE FESTA A SÃO JOSÉ PADROIEIRO DA CIDADE

Foto: Drone Thiagotba83

Foto: Drone Thiagotba83

Foram dez dias de festas e celebrações na Praça e Igreja Matriz São José da Lagoa. Apresentações musicais e a venda do tradicional Pastel de São José que é degustação obrigatória para os moradores e visitantes da cidade.

As atividades desse evento têm objetivos nobres como resgatar nossa história, nossas tradições e levantar recursos para restauração e manutenção da Igreja Matriz. Patrimônio Tombado pelo IPHAN, processo n°475 em 17/03/1953.


No dia 19 de março as festividades começaram cedo. Com uma procissão saindo da Gruta de São José, BR 381, em direção a Igreja Matriz São José da Lagoa onde aconteceu uma celebração que finalizou com os fiéis entoando o Hino Nacional e na torre sineira da igreja, foram hasteadas as bandeira de Nova Era e Minas Gerais.
Seguindo a programação do dia aconteceu a procissão com a imagem do Santo Padroeiro pelas ruas da cidade e logo após na praça da matriz uma missa campal que foi encerada com uma queima de fogos e a participação da comunidade.


O Dia de São José é comemorado anualmente em 19 de março.Esta é uma data religiosa que celebra a figura do "pai terreno" de Jesus Cristo e esposo de Maria, mãe de Cristo. São José, é um dos santos mais venerados pela Igreja Católica em todo o mundo.

São José é conhecido também como José de Nazaré, José, o Carpinteiro e São José Operário.

A HISTÓRIA DO PASTEL QUE SALVOU UMA IGREJA DO SÉCULO 18


Um pastel salvou uma igreja do século 18. Excêntrico talvez, porém uma história real que até hoje permanece viva na pequena Nova Era, uma das cidades que fazem parte do Circuito do Ouro de Minas Gerais. Tivemos a chance de provar o pastel e também conhecer a idealizadora dessa ação que até hoje ajuda projetos sociais da igreja, 30 anos depois daquele primeiro dia.

Tudo começou há 30 anos atrás, quando a Igreja Matriz de São José da Lagoa, construída em meados de 1755, estava num estado precário. Era desolador ver as decorações em ouro, as peças talhadas e as pinturas originais dos séculos 18 e 19, com participação do artista Francisco Viera Servas, se deteriorando.


Na época os moradores do bairro não tinham recursos para ajudar com a restauração. Então eles decidiram fazer um almoço, só que a dona Teresinha percebeu que só o almoço não seria o suficiente. Foi assim que ela teve a ideia de fazer pastéis, porém ela não sabia fazer e pediu a receita para uma amiga que tinha lanchonete.

Dona Teresinha demorou muito para acertar o ponto da massa, era muito difícil para abrir, e até para isso ela pediu ajuda de outra amiga. Mas indiferente da dificuldade, todas as quartas-feiras ela ia para frente da igreja vender os pastéis. Na época ela fazia tudo em casa com a ajuda da mãe, de 80 e tantos anos com um cilindro manual. Um trabalho braçal mesmo. Foram muitos anos usando o mesmo cilindro, mas hoje ele serve apenas de recordação daquela época. Ele fica junto com a foto que o restaurador Adriano fez na época da dona Teresinha e sua mãe abrindo a massa em casa.


Os anos passaram, os pastéis ganharam fama, ficaram conhecidos como Pasteis de São José, e o dinheiro todo é revertido para a manutenção da igreja e projetos sociais da igreja. O dinheiro deu até para modernizar os equipamentos, como máquina de bater, de abrir. Dona Teresinha hoje tem 72 anos e já não tem a mesma força de antigamente, mas a disposição segue a mesma. Antes das máquinas, ela conseguia fazer 100kg de massa de pastel para a festa da cidade. Hoje ela ultrapassa os 600kg.


O pastel é grande, bem recheado de carne ou queijo. Custa R$ 2,50 e é vendido todas as quartas-feiras na frente da igreja logo após a missa, faça chuva ou faça sol. É sempre fresquinho, já que é feito logo ao lado, no antigo orfanato. O que tem de especial nem é o sabor, mas sim o carinho com que a dona Teresinha e as demais voluntárias trabalham. Dá para ver que ela trabalha com amor, porque ela deixa sempre muito claro que isso faz um bem enorme para ela, um sentimento de gratidão. E mesmo hoje, 30 anos depois, aos 72 anos, ela diz que se tivesse que começar tudo de novo, ela começaria.

Histórias como essa é que me fazem acreditar num futuro melhor. Se cada um fizer a sua parte, colocar um pouquinho mais de esforço para o bem coletivo, a gente vai para frente. E se você estiver de passagem por Nova Era, não deixe de provar o pastel de São José.